Da Floresta ao Ar que Respiramos: O Custo das Queimadas e Como Enfrentá-lo

As queimadas no Brasil têm se tornado um problema cada vez mais grave, impactando tanto o meio ambiente quanto a saúde pública. Em 2024, o estado de São Paulo vivenciou um dos períodos mais críticos de poluição atmosférica já registrados, em grande parte devido à fumaça trazida por queimadas em regiões próximas. Segundo dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o nível de material particulado fino no ar – conhecido como MP2.5 – ultrapassou o índice de 160, tornando a capital paulista uma das cidades com o ar mais poluído do mundo por vários dias consecutivos. Esse cenário fez com que muitos moradores da cidade enfrentassem problemas respiratórios e cardiovasculares, com hospitalizações e até mortes ligadas diretamente à inalação da fumaça​(O Povo)​(DW).

O fenômeno não é novo, mas a intensidade e proximidade das queimadas ao entorno da cidade fizeram com que a poluição chegasse ao solo em níveis críticos, situação que não ocorria com frequência em anos anteriores. A seca prolongada, associada a práticas agrícolas e criminosas de desmatamento, tem acelerado a propagação desses incêndios, tornando áreas verdes em volta de São Paulo verdadeiros focos de fogo. A poluição gerada por essas queimadas contém materiais extremamente prejudiciais à saúde, como partículas que penetram profundamente nos pulmões e até na corrente sanguínea, resultando em riscos elevados de infartos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e outras complicações​(DW).

Para enfrentar essa crise, a população tem um papel fundamental na redução das queimadas e da poluição gerada por elas. Denunciar atividades ilegais, como queimadas criminosas ou desmatamento não autorizado, é uma das principais formas de contribuir diretamente. Muitos incêndios são causados por ações humanas negligentes ou mal-intencionadas, e sem a pressão da sociedade para que sejam punidos, esses crimes ambientais continuarão a acontecer. A conscientização sobre o uso de fogo em áreas rurais também é vital, pois até mesmo fogueiras pequenas podem se transformar em incêndios de grandes proporções durante a estação seca.

Além disso, o apoio a organizações não governamentais (ONGs) e iniciativas de reflorestamento também é uma forma de ação. Diversas ONGs trabalham incansavelmente para recuperar áreas degradadas e proteger biomas ameaçados pelas queimadas. Participar desses projetos, seja com doações ou trabalho voluntário, ajuda a restaurar ecossistemas e a reduzir o impacto ambiental das queimadas.

Mudanças no comportamento diário também podem fazer a diferença. Reduzir a pegada de carbono, optando por formas de transporte mais sustentáveis e evitando o consumo de produtos que incentivam o desmatamento, é uma maneira de diminuir a pressão sobre áreas naturais que frequentemente são alvo de queimadas. É necessário entender que, mesmo vivendo em áreas urbanas distantes dos incêndios, nossas escolhas de consumo e estilo de vida afetam diretamente a saúde dos biomas brasileiros.

Por fim, é crucial que a sociedade se mobilize para cobrar dos governos locais e federais políticas públicas mais eficazes no combate às queimadas. Leis que protejam o meio ambiente precisam ser reforçadas, e a fiscalização dessas áreas deve ser constante para impedir o avanço de incêndios e desmatamento. Somente com a união da população, instituições e poder público será possível conter o avanço das queimadas no Brasil e seus impactos devastadores na saúde e no meio ambiente.